Atendimento odontológico de portadores de HIV
Maria Inês Barreiros SennaI; Mark Drew Crosland GuimarãesII; Isabela Almeida PordeusI
IFaculdade de Odontologia, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil
IIFaculdade de Medicina, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brasil
Endereço para correspondência
RESUMO
Um estudo seccional foi conduzido entre cirurgiões-dentistas do Sistema Único de Saúde de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, com o objetivo de identificar fatores associados à disposição para o atendimento odontológico de portadores do HIV/AIDS. Questionários foram distribuídos aos participantes em seu local de trabalho. Um total de 140/345 (41,0%) dentistas selecionados participaram do estudo. A prevalência de disposição para o atendimento foi de 55,0%. Resultados ajustados pela regressão logística múltipla mostraram que a disposição para o atendimento foi significativamente associada a ter percepção correta sobre o risco ocupacional (OR = 4,8; IC95%: 1,32-18,04), conhecer protocolo pós-exposição ocupacional (OR = 4,5; IC95%: 1,61-13,07), ter atitudes positivas frente à epidemia (OR = 3,2; IC95%: 1,37-7,45), ter experiência profissional com paciente portador de HIV/AIDS (OR = 3,0; IC95%: 1,30-7,19) e ser contra o exame diagnóstico compulsório anti-HIV de pacientes (OR = 2,3; IC95%: 0,96-5,40). Dentistas que tiveram acidente perfurocortante apresentaram menor disposição para o atendimento (OR = 0,4; IC95%: 0,15-0,85). Estes resultados mostram que o medo do contágio é a principal fonte de ansiedade para os trabalhadores da saúde com relação ao atendimento de pacientes com HIV/AIDS.
Assistência Odontológica; Síndrome da Imunodeficiência Adquirida;