ATENDENTE DE FARM CIA B SICA
ESTADO DE MINAS GERAIS
CONCURSO PÚBLICO
Nº 001/2013
Atendente de Farmácia
Básica
Organizadora:
CONCURSO PÚBLICO – PREFEITURA MUNICIPAL DE NEPOMUCENO/MG
CARGO: ATENDENTE DE FARMÁCIA BÁSICA
Texto
Crise de sensatez
É possível que o que vou dizer nesta crônica espante o leitor como espantou a mim, ao pensá-lo. É que nunca o pensara antes, nem supunha que tal pensamento me ocorresse um dia, a sério. Foi o seguinte: pensei que é melhor ser louco que sensato, como sou.
Refiro-me ao louco de fato, não estou usando de metáfora, como quando se diz “Fulano é loucão”. Nada disso, falo do cara que ouve vozes e acredita que o porteiro do prédio sequestra meninas, mata-as, cozinha-as em grandes panelas que tem em sua casa e as come. Refiro-me ao sujeito que é pirado mesmo, necessitando de internações e remédios.
Doido varrido.
Mas por que isso, por que achar que ser doido é melhor do que ser normal? Simplesmente porque o doido inventa a existência como lhe apraz, sem dar bola para o que nós outros chamamos de realidade.
Não é só isso, porém, ou melhor, isso não é o principal motivo de minha opção preferindo a loucura à normalidade.
A razão mesmo é que a visão dita normal não explica a realidade, irredutível a ela.
Por exemplo, alguém é capaz de dizer por que existe o mundo em vez de nada? Ninguém sabe a resposta a essa pergunta. E outra: houve um tempo em que nada existia, antes de haver o universo? É impossível imaginar um tempo em que nada existia. Ou seja, a sensatez não explica a existência e muito menos a não existência.
Veja bem, essas perguntas são feitas por gente sensata, ou seja, quem as formula é quem pretende reduzir a existência do mundo a explicações objetivas e compreensíveis. Quem não quer entender, não faz perguntas. Isto é, só os sensatos as fazem; os loucos, não. Se fazem algumas perguntas, são outras, insensatas, e as respostas que encontram são mais loucas ainda.
Não consigo impedir que certas perguntas me perturbem. Por exemplo, o