ATA do Itaú

Brasil quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Ata do Copom: estendendo o ciclo
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgou esta manhã a ata de sua reunião de outubro. O documento sugere que o ciclo de alta de juros deve se prolongar um pouco mais, para ajudar a reverter a resistência inflacionária que ainda persiste.
A ata manteve a comunicação recente do Copom, mas sinaliza fatores preliminares que podem ajudar no cenário prospectivo para a inflação. No cenário externo, a ata conclui que
“desde a última reunião, houve certo arrefecimento nas tensões” (p. 21). De fato, o Copom nota que “o frágil cenário internacional” é um fator de contenção da demanda agregada brasileira, “em que pese as perspectivas de progresso no horizonte relevante.” (p. 31).
No cenário doméstico, o Copom demonstra, em nossa opinião, mais confiança de que a política fiscal se desloque para a zona de neutralidade, ao afirmar que considera impulso fiscal “a variação do superávit estrutural em relação ao observado no período anterior.” (p.
17).
O Copom também destacou que houve arrefecimento “na volatilidade (...) nos mercados de moeda” (p. 21), referência à apreciação importante do real nas últimas semanas, fator importante para a dinâmica futura da inflação.
A ata revela que as projeções de inflação para 2013 recuaram tanto no cenário de referência
(juros e câmbio constantes) como no cenário de mercado (juros e câmbio esperados pela mediana dos analistas de mercado). Para 2014, a projeção se reduziu no cenário de referência e subiu no cenário de mercado. Em ambos os cenários, a projeção encontra-se acima do valor central da meta (4,5%) até o terceiro trimestre de 2015.
O Copom afirma que “a elevada variação dos índices de preços ao consumidor nos últimos doze meses contribui para que a inflação ainda mostre resistência”. O Copom continua incomodado com essa resistência, o que indica que o ciclo de alta de juros deve continuar.
Mas a palavra “ainda”