Assédio Moral

UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS
MESTRADO EM PSICOLOGIA

PROJETO DE PESQUISA

Assédio Moral: um crime organizado?

Alessandra Rodrigues Jacoby

Disciplina de Oficina de Projetos
Profª. Drª. Vera Regina Röhnelt Ramires

Taquara, maio de 2010. 1 INTRODUÇÃO

A evolução histórica demonstra o quanto o conceito de trabalho incorpora a dimensão de sofrimento e inferioridade desde a sua origem. Diante da resignificação do trabalho, ao longo dos anos, surge o termo assédio moral, que teve o início de suas discussões no Brasil no ano de 2000 (SOBOLL, 2008). Alguns autores que estão se dedicando ao estudo do fenômeno (SOBOLL, 2008, HELOANI, 2003, AGUIAR, 2003; SALVADOR, 2002; WOOD JR., 2002; GUEDES, 2004) afirmam que o termo é recente no universo do trabalho, apesar dos maus-tratos e das humilhações ocorrerem desde a antigüidade. Levando em consideração o aumento do número de relatos deste fenômeno, pretende-se realizar uma pesquisa quantitativa, com o objetivo de investigar a incidência de assédio moral em estudantes trabalhadores da região do Vale do Paranhana.
Hirigoyen (2002, 2005) define Assédio Moral no trabalho como qualquer atitude abusiva e repetida que se manifesta por comportamentos, palavras, atos, gestos ou escritos. Atenta contra a personalidade, a dignidade e a integridade física ou psíquica de uma pessoa e, muitas vezes, põe em perigo o seu emprego e a qualidade do ambiente de trabalho. Trombetta (2005) ressalta que, para caracterizar o assédio, as condutas abusivas devem ocorrer de modo freqüente e por longo período de tempo (mais de três meses). O ciclo de ocorrência do assédio moral dura, em média, três anos. (HIRIGOYEN, 2002, 2005).
Wood Jr. (2002) salienta métodos para imobilizar a vítima, como a recusa à comunicação (cortando relações sociais, isolando a vítima); desqualificar o funcionário, bem como todo o tipo de constrangimento ou comentário vexatório com vistas a destruir a