Assédio moral e responsabilidade civil
Antônio Ítalo Hardman. V. Almeida
Introdução
As relações trabalhistas sempre foram um dos pilares da convivência humana. Desde os primeiros homens e as primeiras estruturas laborativas, passando pelas mudanças que a mecanização causou durante a Revolução Industrial e chegando finalmente aos modernos anos dos meios telemáticos e da expansão eletrônica, uma coisa sempre se manteve imutável em seus paradigmas e desafios: o inter-relacionamento nos locais e campos de trabalho. Como importante faceta da vida social de qualquer sujeito, o trabalho é mais do que unicamente o gerador de renda e fonte da manutenção econômica de um indivíduo, representa toda uma base para a construção dos relacionamentos sócio-afetivos, dentro ou fora do ambiente ocupacional.
Vista a importância do convívio entre os trabalhadores dentro da sua área de funcional compreendemos a imprescindibilidade de um salutar relacionamento entre todos os que compõem as indústrias, corporações, empresas, comércios e até mesmo dentro dos serviços autônomos e não vinculados a regras hierárquicas ou normas diretivas. Enfim, a integridade física e moral dos trabalhadores, empregados e empregadores está intimamente relacionada com a organização e manutenção da, como diria Gilberto Dimenstein[1], paz social. Atualmente, nos situamos em um modelo economicamente neoliberal incrustado em uma intermitente busca por lucros e vantagens, o que se vê é uma disputa meritocrática pelos melhores desempenhos e objetivos alçando cada vez mais uma sociedade mergulhada em tamanha ganância sem precedentes. O resultado é mais do que ambíguo, de um lado o desenvolvimento e enriquecimento de setores e parcelas populacionais, além do desenrolar de diárias inovações na incansável disputa pelo topo. De outro lado, a era do stress e dos workaholics[2], das doenças físico-psicológicas com nexo ao interminável esforço e exigências