Assédio Moral na Relação de Emprego

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ASSÉDIO MORAL NA RELAÇÃO DE EMPREGO

1. Introdução

“O assédio moral não é uma degeneração do sistema, mas um aspecto do atual modelo de organização do trabalho”1. Esta frase foi dita pelo sociólogo italiano
Domenico de Masi em um congresso realizado na cidade de Roma, no ano 2.000, e sintetiza de forma explícita as mazelas da sociedade pós-industrial capitalista.
A sociedade que surgiu logo após a Revolução Industrial, conhecida como sociedade moderna, onde a produção de bens em escala era a “regra do jogo”, as pessoas se identificavam por suas profissões e a vida seguia seu curso sem grandes percalços, na certeza de alcançar a aposentadoria juntamente com a velhice de forma tranqüila. Em suma, a vida poderia ser submetida a um planejamento racional, dentro do conhecido modelo “fordista”..
No entanto, com o surgimento da sociedade pós-moderna, notabilizada pela constante criação e produção de serviços, a estrutura articulada e coerente pré-existente ao ato humano na sociedade moderna se fragmentou, cedendo espaço à flexibilização do trabalho, se moldando constantemente, sofrendo alterações na produção de energia, na divisão do trabalho e, sobretudo na organização do poder.
O capital é baseado em premissas brutais. A competitividade, cruel e voraz, tem pressa na obtenção de lucros, trazendo em seu bojo a prevalência da esfera racional sobre o emocional.
Em artigo publicado em um famoso jornal italiano, a vitimóloga francesa
Hirigoyen2 afirmou:
Hoje o mundo do trabalho com a sua intensificação de ritmos, o crescimento da concorrência, os métodos de gerenciamento feitos para estimular o individualismo e a evidência pessoal, conduzem à exasperação deste modelo em
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La Repubblica, 08 febraio, 2000
La Repubblica, 09 febraio, 2000

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sintonia com uma sociedade da aparência e intolerante com a fraqueza humana

O trabalho, a princípio, deveria ser meio para o ser humano inserir-se em uma coletividade produtiva,