Assumir erros
Jornalista Humberto Schvabe
Numa reflexão sobre o caminho do Brasil nas últimas décadas, cheguei a algumas conclusões que valem a pena serem lidas com atenção.
Da “tomada” do poder pelo regime militar até a “conquista” do poder pelos revolucionários daquela época a primeira conclusão é óbvia: o poder é inebriante e ótimo caminho para levar os incautos humanos, gananciosos à corrupção. Senão; vamos a refletir.
Assim como os militares, os revolucionários do PT se consideram em plena razão diante das mais absurdas atitudes de preservar o poder pelo poder, negando todas as falhas e desmandos.
Voltando, a violência da ditadura brasileira não chegou nem perto do que aconteceu na Argentina e em Cuba (os dois exemplos de ditadura mais próximos). Da mesma maneira, os revolucionários foram mais brandos, ou mais pacatos. Uma simples quartelada derrubou ligas camponesas, grupos dos 11. 500 sargentos, incluindo os sindicatos aguerridos, e tudo mais...
Os militares, e, muitos civis, queriam impedir uma revolução comunista com os militares no poder (ditadura de direita), enquanto a esquerda e os revolucionários, queriam assumir o poder pelo “povo”(ditadura de esquerda).
Como ditadura não respeita o povo; só podemos concluir que o objetivo sempre foi o poder.
Quando a chamada revolução de 1964 extrapolou, os brasileiros, em seu ritmo tranquilo e pacato, se pronunciaram no voto. Este povo da oposição, sufocado, perseguido e com muitos mortos, reagiu, virando a mesa em 1985. Sem armas e sem mortes, veio o regime democrático, cheio de vícios e defeitos, com seus conluios e negociatas, onde podemos expressar nossas ideias ideais.
A inteligência do povo brasileiro também atuou contra o regime, com jornais alternativos, teatro, música, cinema e vários companheiros da imprensa driblando a desengonçada e besta censura.
Era, na verdade, uma ditadura sem lideranças claras, atabalhoada, em meio a muitos civis que queriam se manter à sombra do