Assis Chateaubriand

Introdução e Chateaubriand
Diversos jornais apoiaram o golpe militar e comemoraram sua instalação, em abril de 1964, por meio de editoriais que saudavam a vitória sobre a ameaça populista. Exceto Assis Chateaubriand.
Chatô, como era conhecido foi um dos pioneiros na área de telecomunicação no Brasil. O dono dos Diários Associados, um império das comunicações que abrangia diversas emissoras de TV, rádio e publicações impressas, chegou a comparar o presidente Castello Branco, o primeiro presidente do ciclo militar, ao líder da resistência francesa na Segunda Guerra Mundial, De Gaulle.
No decorrer do governo militar Chateaubriand cobrava cada vez mais autoritarismo dos militares. Sua aprovação ao regime o incentivou a organizar uma campanha nacional intitulada de “Dê ouro para o bem do Brasil”, que tinha por objetivo levantar fundos para recompor o lastro do Tesouro Nacional que segundo Chatô “havia sido devorado pela matilha vermelha”. A adoção à campanha foi unânime, milhares de pessoas compareceram às cedes dos Diários Associados espalhadas por todo o país, contribuindo para a arrecadação de três milhões de dólares, posteriormente entregues ao governo.
Pouco tempo depois Chateaubriand sofreu um pequeno desafeto com o presidente quando esse prejudicou seus interesses pessoais: por volta de junho de 1965 a recém-inaugurada TV Globo, concorrente direta da Tupi, foi acusada de ferir a constituição pois fora financiada pela multinacional Time-Life. A denúncia, investigada em uma CPI, foi considerada infundada e arquivada pelo Presidente Castello Branco, embora os parlamentares tivessem concluído pela irregularidade do acordo.
Dessa maneira Chatô passou a criticar Castello Branco de maneira desmedida, pois estava certo de que um homem em sua condição, preso em uma cadeira de rodas e impossibilitado de falar jamais seria punido. Em um de seus artigos Chateaubriand diz “Castello [...] não era o homem de inteligência que se supunha. [...] Era apenas um erudito,