Asser oes e Indexa oes
O que é documentário?
Existe a especificidade do campo não-ficcional? Existe algo estruturalmente comum ao campo não-ficcional, abrangendo também o espaço que hoje cobre as novas mídias e suportes digitais?
A questão está em se podemos afirmar a existência de um campo heterogêneo, trabalhado em sua substância imagético-sonora comum, dentro de um leque amplo que vai das experiências com "web câmeras“ em sites da Internet, passa por narrativas seriais do tipo "Reality TV"("No Limite", "Survivors“, "Big Brother"), servindo também para as diversas composições de estilo documentário mais clássico, veiculadas por tvs a cabo, alternando formas como depoimentos/ entrevistas e voz ’over’ explicativa.
Um mesmo campo que também teria, em suas fronteiras, propostas no estilo "docudrama“ dramatizando/reconstituindo eventos extraordinários (crimes, acidentes etc.) ou fatos históricos realmente ocorrridos, no eixo de programas do tipo "Linha Direta"(que traz o documentário "The Thin Blue Line“ (A tênue linha da morte, 1988), de Errol Morris, como sua principal fonte inspiradora).
Será que podemos caracterizar o documentário, dentro de uma equivalência enquanto gênero, a partir de outras tradições narrativas do cinema, como o western, o musical, o filme noir? Seria o documentário um gênero como outros, ou teria o documentário características imagéticas (e sonoras) estruturais que o singularizariam deste outro vasto continente da representação com imagens-câmera que é a ficção narrativa (em seus formatos diversos de ’filme’ -longa ou curta-, ’minissérie’, ’novela’)?
Fernão Ramos indaga: Mas afinal... O que é mesmo documentário?
Bill Nichols parte da premissa de que o documentário não é uma reprodução, mas uma representação de algum aspecto do mundo histórico (o mundo social que compartilhamos).
Essa representação, diferentemente da ficção, é dada na forma de um argumento ou asserção sobre esse mundo. Tal argumento