assassins
Apesar de esconder o maior segredo de sempre e viver em medo perpétuo de que ela o descubrisse, a vida caseira que tinha com Serah era bastante boa. Durante os primeiros dias, dormi no sofá e a nossa convivência era à base de choros, da parte dela e eu a tentar dar-lhe consolo. Mais tarde começou a desabafar comigo e a nossa relação progrediu. Agora namorávamos e partilhávamos a cama, mas não havia marmelada porque ela ainda não estava com disposição para tal e a regra dos relacionamentos diz: “A mulher tem sempre razão”, por isso segui-a à risca. E eventualmente chegou o dia em que acordei com o café feito e o pequeno-almoço na mesa e lembrei-me daquele conselho do meu pai, que não era um mafioso vinte e quatro horas por dia, apenas vinte e três: “Quando encontrares uma mulher bonita que partilhe a cama contigo e te faça a comida, não penses duas vezes, casa-te com ela!”... e seria isso que faria, se a minha consciência não me lembrasse que eu tinha assassinado a família da Serah.
O telemóvel começou a vibrar no bolso. Tirei-o e atendi a chamada:
- Halo – disse.
- Halo, Notcis – cumprimentou Ezio.
- Zio, que novidades é que tem para mim?
- Estás com a rapariga? Precisamos de nos encontrar o mais depressa possível. Consegues vir à empresa às cinco?
- Não sei, já lhe digo – afastei o telefone e falei mais alto – Serah!
- Sim? - respondeu ela.
- Não te importas de ficar sozinha se eu for à