Aspectos Psicológicos do Acidente do Trabalho
As crescentes e rápidas transformações, os impactos tecnológicos e a globalização nos trazem desafios permanentes, como, a necessidade de serem competitivos, os inúmeros desequilíbrios relacionados direta e indiretamente com as atuais condições de trabalho e de vida e os preocupantes índices de acidentes de trabalho. Desde a assinatura, em maio de 1999, do Decreto Federal 30481 – que regulamenta a Previdência Social em nosso país, o Brasil conta com uma legislação bastante avançada nessa área, admitindo como doenças do trabalho patologias como depressão, alcoolismo, burnout, envelhecimento precoce e outras (REGULAMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, 1999).
O reconhecimento internacional de que as condições de exercício profissional podem afetar não apenas a saúde física, mas também a saúde psíquica e mental é relativamente recente. Datam de cerca de 50 anos os primeiros estudos.
Os índices de acidentes de trabalho no Brasil são bastante preocupantes. Dados da
Organização Internacional do Trabalho - (OIT - 2002) mostram que em média dez pessoas morrem todos os dias no exercício de sua atividade profissional, ou seja, uma a cada duas horas e meia. O Brasil encontra-se em décimo lugar no ranking dos países com o maior número de acidentes de trabalho.
De acordo com a OIT só as causas naturais matam mais no mundo do que os acidentes de trabalho. As razões para explicar o elevado número de ocorrências dos acidentes são as mais diversas, envolvendo falhas nos projetos dos sistemas de trabalho, dos equipamentos, das ferramentas, deficiência nos processos de manutenção dos diversos elementos componentes do trabalho. Ocupando lugar de destaque como causa dos acidentes de trabalho encontra-se o fator humano, compreendendo características psicossociais do trabalhador, atitudes negativas para com as atividades prevencionista, aspectos da personalidade, falta de atenção, entre outras (DI LASCIO, 2001). Estudiosos e teóricos como Freud (1948) e Adler (1941) já discutiam