Aspectos de Cultura Brasileira
o surgimento do samba a partir de outros gêneros musicais no século XIX (modinha, choro e lundu/maxixe) e constituição do espaço alternativo cultural das classes populares do RJ nas décadas de 1910-20.
Segundo o livro História e Música, de Marcos Napolitano (2005), no final do séc. XVIII, e durante os séculos XIX e XX, a cidade do Rio de Janeiro foi palco de encontros e mediações culturais, cooperando para a existência de diferentes formas musicais. A atividade musical era vista como uma forma de trabalho artesanal, ou seja, característico de escravos negros e mestiços. No final do século XVIII, Domingos Caldas Barbosa, mestiço brasileiro, foi inventor de uma vertente musical denominada como Modinha. Sua melodia possuía não o som clássico do pianoforte, mas da viola de arame, e suas letras continham certa erudição e caráter melancólico. Com sua disposição e composição, Barbosa conquistou a corte portuguesa de D. Maria I, no ano de 1775. A modinha perdurou nas regências e no II Império, popularizada também na Bahia e sendo de praxe sua execução quase obrigatória nos salões da corte. No final do Império a modinha atinge o restante da população brasileira, representada por nomes consagrados como Xisto Bahia e Catulo da Paixão Cearense. O lundum, trazido pelos escravos bantos, foi apropriado pela camada média da corte em forma de canção e dança. Sua musicalidade era mais rápida que a modinha, possuindo nuances mais acentuados e sensuais. Ambos os gêneros foram matrizes para compor a música popular, tanto que, em meados do século XX havia claramente uma mudança na esfera musical, sem as separações do mundo das casas e das ruas, até então notáveis no séc. XIX. Claramente marcado pela influência das diferentes formas de se fazer música, por volta de 1870, surge o choro, composto pela melodia de dois violões ,cavaquinho e flauta, sintetizando elementos tradicionais e remanescentes do séc. XIX. Seus criadores são Calado Jr,