ASPECTOS DA CULTURA REPUBLICANA EM ESAÚ E JACÓ, DE MACHADO DE ASSIS José Wellington Dias Soares
DE MACHADO DE ASSIS
José Wellington Dias Soares
Professor do curso de Letras da FECLESC/UECE e doutorando em História/UFMG
O nosso objetivo é compreender de que modo Machado de Assis (1837-1908) representa o republicanismo no romance Esaú e Jacó (1904). Dessa forma, nossa ênfase será na Literatura Brasileira, através de sua articulação com questões políticas, históricas e culturais. Assim, nos enveredaremos pela História Política, defendida, entre outros, por RÉMOND (1996), ROSANVALLON (1996) e JULLIARD (1976), pois iremos colocar no centro da análise o político, como fenômeno de relação de poder construído historicamente. Além do que, podemos considerar também a obra em apreço como um espaço de memória coletiva (HALBWACHS, 1990). Uma vez que estamos pensando a obra literária como representação na perspectiva de FALCON (2000) e AZEVEDO et al (2009), o enfoque dado será a abordagem da cultura política, vertente da História Política que trata das questões em torno do conceito do imaginário, simbologia e cultura (MOTTA, 1996, 2009).
PALAVRAS-CHAVE: Culturas políticas, República, Representação
O nosso texto tem o objetivo de investigar como Machado de Assis (1837 – 1908) representa, literariamente, os eventos em torno da Proclamação da República (1889), ou melhor, analisar a forma como o autor, enquanto sujeito individual (artista), mas também que ocupa um lugar social, interpreta o imaginário ou a memória coletiva de grupos sociais do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Considerando que a obra de ficção é um artefato artístico, cuja matéria prima é a linguagem verbal, que suscita imagens próprias, mas também correlacionadas com o mundo exterior a ela, que motivou a sua criação estética, podemos igualmente pensá-la como um espaço de memória coletiva, em que podemos vislumbrar certa interpretação do passado (ou do futuro) por meio de uma narrativa que pode envolver personagens, eventos, textos referenciais em