aspectos da crise de 2008 e seus desdobramentos
A crise financeira que explodiu em 2008 surgiu nos EUA devido principalmente ao aumento na oferta de empréstimos imobiliários no segmento do no income, que é uma operação de alto risco, concedido a quem não tem muitas garantias de pagamento. A desregulamentação do mercado imobiliário americano aliado ao aumento da inadimplência ocasionou a descapitalização de grandes bancos. A estes, criou-se liquidez através da redução da taxa de redesconto por alguns bancos centrais, em uma tentativa de não contaminação do sistema bancário. Ao atingir os bancos, a crise no mercado de imóveis e hipotecas dos EUA contaminou também os fundos de pensão e de investimentos portadores de papéis ancorados nas dívidas do mercado imobiliário americano. Os reflexos da crise sobre a economia brasileira se manifestam de duas formas: através do mercado financeiro, com a livre mobilidade dos capitais e através do comércio internacional, pois uma vez que a economia brasileira é muito dependente das exportações de commodities, a recessão que vem tomando conta de alguns de seus parceiros comerciais, como EUA, EUROPA e JAPÃO, a afeta diretamente. Os efeitos através do mercado financeiro se fizeram perceber principalmente por meio da queda da bolsa de valores, elevação do risco Brasil e desvalorização do câmbio. A vulnerabilidade externa da economia brasileira fica mais evidente diante da crise, com impactos sobre a inflação e a dívida pública, o que pode restringir a capacidade de crescimento da economia através da expansão do mercado interno, afetando, sobretudo, o nível de emprego. Contudo os efeitos da crise sobre a economia brasileira foram atenuados através da política econômica cujo foco principal passou a ser o investimento na potencialidade do mercado consumidor interno. Para incentivar o consumo interno o Banco Central utilizou várias medidas macroeconômicas anticíclicas para que não se