Aspectos da avaliação neurológica em escolares disléxicos
Aspectos da avaliação neurológica em escolares disléxicos
Maria Imaculada Merlin de Carvalho; Vanda Maria Gimenes Gonçalves; Carlos Eduardo de Barros; Cíntia Alves Salgado; Simone Aparecida Capellini; Sylvia Maria Ciasca
RESUMO
O objetivo desse estudo foi propor semiologia neurológica detalhada em escolares portadores de dislexia do desenvolvimento, comparados ao grupo sem dificuldade escolar.
O Grupo Disléxico foi constituído por 12 escolares, sendo apenas 1 do sexo feminino. Foram excluídos os alunos com dificuldade escolar, retardo mental, deficiência visual e auditiva.
1. INTRODUÇÃO
Dentre os problemas de aprendizagem, a dislexia é um transtorno específico da aprendizagem da leitura, com prevalência de 5-10% das crianças em idade escolar, mas tal índice está na dependência da escolha e da rigidez de critérios avaliativos, podendo variar de um país a outro. A definição de dislexia é controvertida, mas a análise da literatura demonstra pontos convergentes, como: dificuldade de leitura apesar da capacidade intelectual adequada, boa oportunidade sociocultural, instrução convencional, motivação e acuidade sensorial, na ausência de distúrbio emocional significativo. Um número considerável de características compõe os sintomas da dislexia. A mais citada e aceita é o déficit fonológico, evidenciado em inúmeras pesquisas com crianças durante o desenvolvimento da leitura. Outras características são distúrbios de memória, memória para sequência, orientação direita-esquerda, orientação temporal, imagem corporal, escrita e soletração, distúrbio topográfico, distúrbio do padrão motor, sensorial e perceptivo. A hipótese de problemas neurobiológicos como causa da dislexia, foco de investigação do presente estudo, data de mais de um século, quando o neurologista francês Dejerine, em 1891 (citado por Lyon4), sugeriu que a porção posterior do hemisfério esquerdo era fundamental para a leitura. A partir daí até os tempos atuais, os estudos