Aspectos cronobiológicos do sono de enfermeiras de um hospital universitário
RESUMO
Objetivou-se identificar o cronotipo das enfermeiras da manhã e noite de um hospital universitário, verificar como o trabalho nestes turnos influencia seu sono e correlacionar os cronotipos com influências que o sono produz no trabalho e fora dele. Participaram 15 enfermeiras que responderam ao questionário de Horne & Ostberg e à entrevista semiestruturada entre março e julho de 2010. Os dados dos questionários foram organizados em planilhas e os das entrevistas analisados pela Análise Temática. Os resultados apontam cinco enfermeiras moderadamente matutinas, quatro indiferentes, duas moderadamente vespertinas, três definitivamente vespertinas e uma definitivamente matutina. Mostram que o trabalho em turnos faz com que as entrevistadas desenvolvam hábitos alimentares e de sono, peculiares. Conclui-se que o perfil cronobiológico das enfermeiras não traduz suas subjetividades na relação do sono com turnos de trabalho; enfermeiras da noite apresentam maiores disfunções no ciclo sono-vigília, tais disfunções repercutem igualmente no cotidiano das enfermeiras de ambos os turnos.
Descritores: Disciplina de Cronobiologia; Trabalho em turnos; Sono; Enfermeiras; Administração de recursos humanos em hospitais.
INTRODUÇÃO
Desde o primitivismo, o ser humano já organizava sua lida diária em ciclos, que obedeciam ao sol, à lua e aos movimentos das estrelas. Até a Idade Média, a maioria das atividades laborais ocorria no período diurno, porque os lampiões e tochas não garantiam iluminação suficiente para a execução qualificada do artesanato à noite. Posteriormente, a invenção da lâmpada incandescente possibilitou e impulsionou o trabalho noturno principalmente nas fábricas, que, com as revoluções industriais, passaram a buscar a maximização da produção e dos lucros. Na atualidade, no mundo dos serviços, já não existe diferenciação entre a noite e o dia para o atendimento integral das