Aspectos Biofísicos da Hemodiálise
1. Introdução
A diálise é definida como um processo físico-quimico, onde a exposição de uma solução A a uma solução B através de uma membrana semipermeável, permite que ambas sejam alteradas. Baseia-se no transporte de solutos através de uma membrana semipermeável, o qual é regido pelas leis da termodinâmica e busca o equilíbrio entre duas soluções.
O transporte de solutos na diálise pode ocorrer por difusão ou ultrafiltração (convecção). A difusão pode ser definida como o processo por qual um soluto é transportado de regiões de alta concentração para regiões de baixa concentração de maneira a diminuir o gradiente de concentração de partículas no meio. Já a ultrafiltração é o movimento de líquido que ocorre impulsionado pelo gradiente de pressão hidrostática (hemodiálise) ou osmótica (diálise peritoneal). O transporte de solutos, chamado convecção acontece por meio da “dragagem pelo solvente” na ultrafiltração, onde este “arrasta” o soluto através da membrana semipermeável.
Figura 1 – Esquema dos processos de difusão e ultrafiltração.
No transporte de soluto simples e não carregado eletricamente através de uma membrana semipermeável, o fluxo efetivo de soluto é definido pela fórmula:
Onde D corresponde ao coeficiente de difusão, A à área da membrana semipermeável, β ao coeficiente de partição e a fração (∆C/∆x) ao gradiente transmembrana do soluto. O coeficiente de difusão é encontrado através da fórmula D = kT/6∏ɳr, sendo diretamente proporcional à temperatura e inversamente à viscosidade do meio e ao raio do soluto. Dessa forma, percebe-se a dependência entre gradiente de concentração do soluto, temperatura e o fluxo efetivo.
Na diálise peritoneal, um modelo termodinâmico é bastante utilizado para definir o fluxo de volume através da membrana de diálise durante a difusão. O modelo é a equação de Staverman-Kedem-Katchalsky-Spiegler, que corrobora com a fórmula de fluxo efetivo de soluto anteriormente citada e confirma a