Aspectos antropologicos
Definir a brincadeira não é tarefa fácil. De acordo com Kishimoto (1997), umacriança atirando com um arco e flecha pode ser uma brincadeira ou pode ser uma criança que está se preparando para a arte da caça (como pode ocorrer num contexto indígena). Como diferenciar? Vários autores têm caracterizadoa brincadeira como a atividade ou ação própria da criança, voluntária,espontânea, delimitada no tempo e no espaço, prazerosa, constituída por reforçadores positivos intrínsecos, com um fim em si mesma e tendo umarelação íntima com a criança (Bomtempo, 1987; Brougère, 1997; De Rose eGil, 1998; Kishimoto, 1997; Piaget, 1978; Santos, 1998; Wajskop, 1995). Apartir destas informações, é importante ressaltar que o brincar faz parte dainfância, porém, em várias ocasiões, os adultos (pais ou professores) propõemdeterminadas atividades para as crianças que parecem não cumprir os critériosacima discutidos, mas que são chamadas de “brincadeiras” pelos própriosadultos. Atenção! Se a atividade é imposta ou se parece desagradável para acriança, tudo indica que não se trata de uma brincadeira, mas de qualquer outra atividade. Uma mesma atividade pode ser considerada uma brincadeirapara uma criança mas não para outra, o que torna o trabalho do educador ainda mais complexo. São várias as dificuldades que existem com relação àdefinição e caracterização da brincadeira, entretanto, é certo que a brincadeiraassume um papel fundamental na infância; numa concepção sociocultural, abrincadeira mostra como a criança interpreta e assimila o mundo, os objetos, acultura, as relações e os afetos das pessoas, sendo um espaço característicoda infância (Wajskop, 1995).Mas desde quando a brincadeira foi alvo de discussão? Partindo-se de uma 11 perspectiva histórica, desde a Antiguidade as crianças participavam dediversas brincadeiras como forma de diversão e recreação (Wajskop, 1995).Jogos de demolir e construir, rolar