Aspectos agronômicos do mangue
O mangue é um ecossistema especial que se desenvolve em zonas litorâneas tropicais, associado a terrenos baixos, planos e regiões estuarinas, às margens de lagunas ou ao longo de rios e canais naturais, em áreas encharcadas, salobras e calmas, com influência das marés; porém, não atingidos pela ação direta das ondas. Nesses locais, a força das marés é branda e a velocidade das correntes é baixa, favorecendo intensa deposição de sedimentos finos e matéria orgânica (IPT, 1988). Torna-se o elo entre os ambientes marinhos, terrestres e de água doce, caracterizando-se por uma constante conquista de novas áreas pelo acúmulo de grandes massas de sedimentos e detritos trazidos pelos rios e pelo mar. O substrato assim originado tem consistência pastosa; é pouco compactado, alagadiço, rico em matéria orgânica, pouco oxigenado e sujeito a períodos alternados de inundação e drenagem, conforme variação das marés (IPT, 1988).
O solo dos manguezais consistem provavelmente em uma associação de Gleissolos Sálicos e Tiomórficos indiscriminados , apresentando-se muito mal drenados, com horizontes gleisados , com altos teores de sais e muitas vezes, compostos de enxofre (EMBRAPA,1975;BRASIL 1988) . Porém mesmo sendo úmido, salgado, lodoso, pobre em oxigênio é muito rico em nutrientes. Por possuir grande quantidade de matéria orgânica em decomposição, por vezes apresenta odor característico, mais acentuado se houver poluição. Essa matéria orgânica serve de alimento à base de uma extensa cadeia alimentar, como por exemplo, crustáceos e algumas espécies de peixes. Em virtude do solo salino e da deficiência de oxigênio, nos manguezais predominam os vegetais halófilos, em formações de vegetação litorânea ou em formações lodosas. As suas longas raízes permitem a sustentação das árvores no solo lodoso. Sendo elas segundo (Jimenez,1988) Rhizophora mangle (mangue-vermelho) Laguncularia racemosa (mangue-branco ) Avicennia