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(Análise de Fonte Primária)
A História do Egito apresenta uma exuberante riqueza ao longo de mais de três mil anos, contudo não resta a menor dúvida que, entre os temas ligados à egiptologia, aquele relacionado ao reinado de Akhenaton/Amenhotep IV (c. de 1360 a 1343 a.C.) ocupa um lugar privilegiado face aos demais estudos referentes aos governantes da história do Antigo Egito. Tal fato está ligado às mudanças religiosas, artísticas e sociais ocorridas durante a vigência do governo de Amenhotep IV, mudanças essas tão bruscas, que possibilitaram a alguns historiadores identificar uma verdadeira revolução no Egito no início do Reino Novo. Mesmo recebendo essa alcunha de “revolução”, a reforma Amarniana, não pode ser entendida como um processo estanque ou repentino, ela na verdade segue tendências que já ocorriam desde o governo de Tutmés IV, que deu preferência ao culto do deus-sol Ra-Harakthty de Heliópolis, numa possível reação à crescente importância que o Baixo Egito vinha ganhando na política do país, abandonando Tebas e relegando o culto a Amon a um segundo plano. Assim, seguindo essa linha de raciocínio, a "revolução amarniana" passa a ser vista não mais como um fato isolado, transcendendo às ações de Akhenaton, e sim um movimento que há muito já vinha sendo articulado. Contudo um elemento que dificulta o estudo desse período, é a relativa escassez de registros e fontes, muito influenciados pelo interesse dos futuros faraós em extirpar esse momento “herético” da memória do Egito, mas também da falta de princípios teológicos ao culto de Aton, ligados a uma insípida habilidade dos sacerdotes em legitimar o poder de Rá-Harakhty. Por isso para entender o culto e conseqüentemente esse período, faz-se necessário analisar as adorações a Aton, sendo o “Grande Hino a Aton”, encontrado na tumba de Ay uma importante fonte de conhecimento. Analisando essa fonte primária,