Ascen O Chinesa
A escola de política internacional realista não é monolítica. Os termos realismo defensivo e realismo agressivo foram utilizados por Jack Snyder (1991), e posteriormente foram adotados por Brown, Lynn-Jones e Miller (1995) para explicar um dos tipos de divisões existentes dentro do realismo estrutural. A partir dessa diferenciação, Mearsheimer focou-se na teoria que ficaria conhecida como Realismo Ofensivo, desenvolvendo-a plenamente no seu trabalho mais importante, The Tragedy of Great Power Politics (Mearsheimer, 2001). Mearsheimer é considerado um dos autores realistas mais influentes da atualidade, defendendo os ideais realistas frente às demais contribuições teóricas de política internacional (NOGUEIRA & MESSARI, 2005).
Tendo a teoria do Realismo Ofensivo como objeto, a próxima seção detalhará quais trabalhos tem contribuído para o avanço da teoria ou sua refutação. A seção subseqüente tratará da aplicabilidade do método lakatosiano a partir de um caso específico e bem debatido atualmente, a ascensão chinesa e a afirmativa de Mearsheimer de que esta não será pacífica.
Suposições e tentativas de falsificação
Como nosso objetivo aqui é analisar o avanço da teoria e como o teste de hipóteses se destaca nesse propósito, vale lembrar uma passagem em Mearsheimer (2001), em que ele afirma que alguns cientistas sociais, como Milton Friedman (1953), não consideram importante a veracidade de uma suposição na construção de uma teoria, e que apenas a capacidade explicativa da teoria é o que importa. Mearsheimer discorda dessa visão, salientando que boas teorias devem se embasar em suposições realísticas, e que dificilmente suposições não-realísticas conduzirão a teorias com bom poder explicativo. Ele concorda, entretanto, que o método pelo qual as teorias devem ser avaliadas em última instancia é pela sua capacidade explicativa.
A teoria de Mearsheimer se alicerça em suposições já conhecidas e defendidas pelos realistas e que, em termos