As vitimas Algozes - Joaquim Manoel de Macedo
O livro “As vítimas-algozes – Quadros da escravidão” de Joaquim Manoel Macedo retrata através de três contos os diversos conflitos das relações sociais de senhores e seus escravos. Cada conto em seu enredo evidencia a presença de adultério, traição, brigas, egoísmo e etc. em que tudo paira sobre o contexto de escravidão, ou seja, a exploração humana pela cor da pele.
Historicamente o livro foi escrito em 1869, num momento pré-abolicionista que contava com alguns intelectuais, políticos e artistas defendendo o fim da escravidão, já existia também a Lei Eusébio de Queiroz que proibia o tráfico negreiro pela pressão Inglesa, mas como é mostrado no livro ainda existia o tráfico interno e a venda de escravos, sendo que muitos eram de linhagem pura africana.
A principal vertente exposta por Joaquim era a condição psicológica dos cativos, que influenciados por anos de maus tratos, trabalho duro e severas punições carregam marcas não só em seus corpos as, mas especialmente em suas mentes. O negro por vezes se tornava egoísta, invejoso, ingrato, preguiçoso em suas “obrigações” e dissimulado, fingindo apreço e lealdade aos seus senhores e dedicação ao serviço, que rapidamente mudaria caso houvesse a possibilidade de obter vantagens para si.
Um aspecto abordado no segundo conto é quando o senhor fazendeiro compra o escravo, este pensa somente em sua força braçal e servil, esquecendo-se de sua alma, que pode estar tão negra a ponto de não nutrir amizade nem por seu semelhante, traindo seus próprios companheiros, seja de forma encoberta ou não. Essa cruel forma de tratar pessoas com a pele negra teve duras consequências na vida do comprador Paulo Borges.
A terrível rotina que levavam refletiam nas relações com seus senhores, pois motivados por um suposto enriquecimento e liberdade chegam a seduzi-los, enganá-los, roubá-los e até mesmo a matar pessoas da família, claramente algoz. Esses fatos mostram que a escravidão tira toda e