AS UNIDADES SIGNIFICANTES DO POEMA
A Sonoridade. O Ritmo. O Metro
Apostila montada por Odette Penha Coelho
Adaptação e exemplos de Osvaldo Duarte
ADVERTÊNCIAS
Este texto endereça-se aos alunos do 1º ano do Curso de Letras. Daí dela estar excluída qualquer aprofundamento dos temas aqui abordados. A unidade significante1 de maior peso na determinação da objectualidade do poema é o verso. Mas como este é mera abstração, sem o concurso das palavras, que se manifestam no poema, por meio de unidades significantes de menor amplitude (tais como a sonoridade, o ritmo e o metro), ele será examinado através dessas unidades menores que o estruturam. Por outro lado, a estrofe e o verso livre serão estudados à parte. O primeiro, em conseqüência de determinados tecnicismos que informam sua estrutura; o segundo, em conseqüência da especificidade de alguns de seus aspectos em face do verso tradicional.
A – INTRODUÇÃO
“Para o prosador as palavras são significados, representações, idéias; para os poetas são as próprias coisas.” (Jean-Paul Satre)
Esta apostila não tem outro objetivo senão o de auxiliar o aluno no levantamento de alguns dados estruturais do poema, ou, mais exatamente, daquelas que poderão ser chamados de unidades significantes.
Não julgue, porém, o aluno que reconhecer determinados elementos de natureza estrutural do poema implique no conhecimento imediato do mesmo.
Na abordagem de um poema, é imprescindível conhecer pelo menos alguns dos elementos formais que o constituem. Mas fazer simplesmente o levantamento desses elementos é fazer quase nada. Para que a análise resulte produtiva e eficiente é necessário precisar o sentido desses elementos no contexto em que estão situados. Quando tal sentido é determinado, a medula do poema foi atingida. A análise descobre uma parcela do Belo.
Constata-se, por exemplo, que os versos de determinada estrofe apresenta, pausas regulares na 4ª e 8ª sílabas. Não basta fazer tal constatação. É preciso verificar o que essas pausas