As Três lições do Professor Wisner
O texto trata da transcrição de um colóquio proferido em 2001, na França a respeito de Alain Wisner pela Professora Leda Leal Ferreira. A professora trás a contribuição de Wisner para a Ergonomia e, curiosamente, se esquiva do tema proposto por François Daniellou. Este,havia sugerido que a professora relaciona-se a ergonomia com os países industrializados em desenvolvimento (na sigla em francês PVDI), porém, seguindo a linha de Wisner a professora opta por expandir sua para o campo do “trabalho humano”, em suas próprias palavras. Ainda no início do texto, justifica tal escolha metodológica pelo fato de Wisner tê-la mostrado que não se pode discutir sequer a Ergonomia de maneira hermética (uma vez que esta ciência ainda está em desenvolvimento), e muito menos a ergonomia em um grupo de países que, como sabido, tem características extremamente heterogêneas. São as três lições do professor Wisner, segundo Leda Leal Ferreira, as contribuições mais importantes que o autor francês trás à Ergonomia.
A primeira lição trata da centralidade do trabalho como campo de estudos. A professora Leda Leal Ferreira narra o choque ideológico que teve ao migrar seus estudos do Brasil, onde a ergonomia e a medicina do trabalho são precárias em prática e desenvolvimento acadêmico para a França sob a tutela de Wisner onde teve a oportunidade de entrar em contato com pesquisadores de outros países que, diferentemente do que estava habituada mesmo depois da especialização em medicina do trabalho no Brasil, colocavam a análise do ato laborativo como central em suas análises. A professora aponta como ilegítima as forças intelectuais que apontam para o “fim” do trabalho, ao invés, aponta como legítima a mudança do foco do trabalho (labor) para o procedimento de trabalho, intensificado por mecanismos de controle que servem mais ao procedimento de trabalho que ao trabalhador. Wisner, em seu laboratório de ergonomia, abria espaço para os sindicatos de