As Três Imagens De Waltz
De acordo com a primeira imagem das relações internacionais, residem na natureza e no comportamento humano as causas importantes da guerra. Ou seja, as guerras resultam do egoísmo, de impulsos agressivos mal canalizados e da estupidez.
Nesse capítulo, Waltz considera aqueles que aceitam a proposição de que, para entender a recorrência da guerra, é preciso, antes disso, conhecer o homem e a sua natureza falha, por meio da qual os males do mundo, inclusive a guerra, podem ser explicados.
Waltz critica a posição de autores como Santo Agostinho, Niebuhr e Morgenthau, que rejeitam o dualismo explícito que existe na natureza humana. Para estes, o homem inteiro, mente e corpo, é falho. Eles deduzem os males políticos dos defeitos humanos. Ainda que seja proclamada a paz como a finalidade do Estado, estes são inimigos naturais, e nessa condição, têm de estar constantemente em guarda uns CONTRA os outros. A culpa desse fato é que as paixões freqüentemente obscurecem os verdadeiros interesses dos Estados e dos homens.
O enunciado conciso da primeira imagem consiste em que a maldade do homem, ou seu comportamento impróprio, leva à guerra. A bondade individual, s pudesse ser universalizada, significaria a paz. Embora demonstrem a utilidade da primeira imagem, Santo Agostinho e Espinoza, Niebuhr e Morgenthau também ajudam a deixar claros os limites de sua viabilidade.
– A SEGUNDA IMAGEM
De acordo com a segunda imagem das relações internacionais, a organização interna dos Estados é a chave para a compreensão da guerra e da paz.
A proposição a ser considerada é a de que, por meio da reforma dos Estados, as guerras podem ser reduzidas ou eliminadas para sempre, uma vez que, relembrando, parte-se da idéia de que os defeitos nos Estados provocam guerras entre eles.
Segundo a concepção liberal, a condição interna determina o comportamento externo. O bem-comum deve ser sempre buscado e, ainda que a busca de um determinado bem possa ser alcançada de outra maneira,