As Transformações do Poder Político na Revolução Francesa
Introdução
Neste trabalho procuramos investigar as transformações que o poder político sofreu com a Revolução
Francesa, uma das mais proeminentes revoluções populares do mundo. Buscamos analisar o contexto do poder na sociedade pré-Revolução, entender os acontecimentos que caracterizam seus dez anos de história sob esta ótica, e por fim verificar as consequências imediatas da Revolução, considerando que ela terminou com a ascenção de Napoleão. Nesse sentido, o objetivo primário é expor as transformações do poder, mas isto passa, portanto, por entender como ele se qualifica, como ele se materializou na sociedade através desse momento histórico.
Faremos isso tendo em vista as ideias de vários pensadores do campo da Ciência Política, da Sociologia e da Antropologia, além de material histórico relevante. Na primeira parte do trabalho, analisaremos a sociedade pré-Revolução, já explicando os motivos que podem ter culminado na grande insurreição. Na segunda parte, estudaremos os acontecimentos que marcaram a progressão do processo revolucionário, e veremos na terceira parte o surgimento de Napoleão como chefe político da nação, na forma de cônsul.
Mas que significa poder político? Para Schmitt (2010), o poder é uma realidade autônoma, que é determinada por uma lógica própria, e portanto deixa de ser apenas um meio para a obtenção de fins humanos. O poder está situado numa dimensão mais fundamental que as vontades humanas, estando vinculado a uma ordem mais essencial que o livre-arbítrio. Nesse sentido, o homem está sempre numa certa relação com o poder e esta relação se caracteriza pela não-determinação do poder pelo homem, e o poder não pode ser eliminado da vida humana.
Segundo ele, tampouco o poder é bom ou mal. Em mãos de um homem bom, o poder é bom. Nas mãos de um homem mau, o poder torna-se mau. A vontade humana vai determinar como o poder vai ser visto por outros homens. Além disso, o