As teorias linguísticas e as praticas em sala de aula.
Ellen Tibes Alves.
No mundo contemporâneo, a sociedade exige cada vez mais que os indivíduos inerentes a ela sejam capazes de interagir com o meio social, sabendo utilizar as aplicações necessárias da linguagem apropriadamente. O ambiente escolar não pode e não deve desmazelar-se quanto a tal desenvolvimento do educando neste quesito. Por tais causas, os estudiosos buscam incansavelmente novos métodos e práticas que contribuam para a efetivação do ensino da língua e consequentemente ampliação das competências de leitura e escrita.
Historicamente a linguagem está no centro das discussões, estudiosos reconhecidos no meio linguístico como Bakhtin, no que aborda a importância da linguagem aliada ao contexto social e interativo. Segundo Maieski (2005), o principal enfoque do círculo de Bakhtin foi à linguagem como multiplicidade de manifestações, no qual defendia que a linguagem deveria ser compreendida sob o viés que considere a sua natureza social e ideológica.
O circulo de Bakhtin defende que papel principal da linguagem é estabelecer interação entre indivíduos situados historicamente. Na obra Marxismo e Filosofia da Linguagem, Mikhail Bakhtin (Volochínov) relata que
A verdadeira substância da língua não é constituída por um sistema abstrato de formas lingüísticas [a língua como sistema de formas, tal como concebida pelo estruturalismo] nem pela enunciação monológica isolada [a língua como expressão de uma consciência constituída individualmente], nem pelo ato psicofisiológico de sua produção [atividade mental interiorizada], mas pelo fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação ou das enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua. [...] A língua vive e evolui historicamente na comunicação verbal concreta, não no sistema linguístico abstrato das formas da língua nem no psiquismo individual dos falantes.
(BAKHTIN [VOLOCHÍNOV], 1988 [1929],