AS SUTILEZAS DE UM ATO FALHO – FREUD (1935)
AS SUTILEZAS DE UM ATO FALHO – FREUD (1935)
“As sutilezas de um ato falho” é um pequeno texto que nos remete, tal como diz o titulo, às formas quase imperceptíveis que este mecanismo nos implica, inconscientemente, a cometer determinados “erros” ou “falhas” de linguagem, seja escrita, verbalizada pela fala ou pelo corpo.
Para que Freud pudesse explicar o caso do ato falho, fez uma autoanálise de uma situação da qual passou, onde o mesmo iria escrever uma carta e dar uma pedra de presente para uma pessoa. Entretanto, durante a escrita da carta, percebeu ter escrito a mesma palavra duas vezes, não satisfeito com a repetição de palavras, resolveu trocá-la para que não ficasse esteticamente comprometida. Nesse momento, fazendo já a autoanálise, pensa que eliminando a palavra repetida, eliminou-se também a perturbação da repetição.
Mas, desconfiado de sua autoanálise (sentindo estar incompleta) em um segundo momento, resolveu contar essa pequena análise para sua filha, Ana Freud, e a mesma afirmou que provavelmente não seria a repetição da palavra que fez com que ele ficasse perturbado, mas que na realidade o mesmo presente já teria sido entregue numa data anterior para a mesma pessoa.
E nesse momento que Freud pensou: “Por que essa objeção devia ser ocultada, ou disfarçada? Logo vi por quê. Não tinha nenhuma vontade de me desfazer da pedra – Freud (1935)”, ou seja, a ideia de falha ou lapso de linguagem provem do desejo, no caso, o desejo de ficar com a pedra.
Por fim, concluímos que a falha da linguagem se dá por via do desejo inconsciente, não trocamos as palavras somente por erro ou por ser semelhante em grafia, e, sobretudo, para que surjam os atos falhos precisamos estar em uma situação propícia para os mesmos. Esse mecanismo, também conhecido como parapraxia, é extremamente sutil e não notada com seriedade pelos leigos.
Referencias Bibliograficas:
FREUD, S. Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, Vol XXII. As