As sete faces da sociedade brasileira
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO
Aluna: Érica Virgínia Pinto de Sousa
Professora: Françoise Dominique Valery Período: 2º
SORJ, Bernardo. As sete faces da sociedade brasileira. In: SORJ, Bernardo. A nova sociedade brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Zarar, 2001. cap. 1, p. 11-35.
A grandeza dos cientistas sociais e a miséria das ciências sociais estão ligadas à identificação de uma causa ou instituição social “fundamental” a partir da qual se explica ou deduz o conjunto de instituições da sociedade. A ciência social termina contribuindo para formar uma visão intolerante, empobrecedora e uniformizada da sociedade. O desafio para a análise social é construir modelos explicativos capazes de simplificar a realidade social sem obliterar fenômenos sociais fundamentais. Mapeando a sociedade brasileira contemporânea como resultado da convivência complementar e conflituosa de sete instituições, temos: o patrimonialismo, o Estado como agente racionalizador voltado para o crescimento econômico, o capitalismo, a desigualdade e a heterogeneidade sociais, os padrões culturais de sociabilidade, a lógica institucional e a cidadania. Estas se sobrepõem, se complementam e entram em conflito, ajudando assim a organizar a sociedade e a explicar boa parte dos processos de integração e conflito social. O termo “patrimonialismo” foi largamente empregado nos estudos sobre o Brasil para caracterizar a apropiação privada dos recursos do Estado, sua origem está ligada à colonização portuguesa, que implantou um Estado como estrutura independente e sobreposta à sociedade, estrutura cuja função era extrair renda da colônia. O patrimonialismo está presente, em maior ou menos grau, em todas as sociedades onde a distribuição de riqueza e poder é desigual. Uma das peculiaridades do moderno patrimonialismo brasileiro está na sua associação com uma extrema desigualdade social, a