As Sagradas Escrituras
I - Algumas observações preliminares
A Bíblia é um livro que parece complicado. Sua formação foi muito lenta e muito complexa. A maior parte de seus livros são obra de muitas mãos e a composição de alguns deles durou séculos. Por isso, não é fácil lê-la e a tentação do fundamentalismo é grande.
Mas, o fundamentalismo destrói o verdadeiro sentido das Escrituras, exatamente quando parece ser mais fiel à Palavra de Deus! Contudo, se tivermos algumas chaves de leitura, será mais fácil compreendê-la. Vejamos.
1 - As Escrituras Sagradas são um conjunto de livros, escritos em épocas, estilos e situações diferentes. Por exemplo:
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épocas diferentes: as partes mais antigas das Escrituras podem vir do século XII antes de Cristo, lá pelo ano 1100 a.C., enquanto o último livro do Novo Testamento, a Segunda Carta de Pedro, é do final do século I ou início do século II d.C..
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estilos diversos: o livro de Josué conta a entrada do povo de Israel de modo triunfal e heroico, os 11 primeiros capítulos do Gênesis são uma meditação em forma de parábolas, o livro de Jó é uma historinha como a nossa literatura de cordel, os salmos são poemas, Isaías e Jeremias são coleções de oráculos, há cartas, narrações populares, como a do profeta Eliseu (cf. 2Rs 2, 19-25; 6,1-7), e histórias para despertar a piedade, como as de Ester, Judite, Jonas e Tobias.
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situações diferentes: algumas partes foram escritas em momentos de glória, como alguns provérbios mais antigos; outras, em momento de perseguições e sofrimentos, como o Livro de Daniel.
2 - Mais ainda: os livros das Escrituras têm preocupações diferentes, objetivos diversos:
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os 11 primeiros capítulos do Gênesis querem refletir sobre por que Deus criou tudo, qual o papel do homem e por que o mundo é marcado pelo mal e pela morte...
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o livro de Jó quer matar uma charada: por que o homem de bem sofre?
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os livros dos macabeus querem consolar e animar o povo nas tribulações;
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as cartas de São Paulo querem