As revoluções burguesas
Modesto Florenzano
Introdução
... “As revoluções inglesas de 1640 e francesa 1789... Não foi a burguesia a classe que conduziu o processo revolucionário à vitoria”... (pg 7).
... “A perspectiva teórica aqui utilizada postula que toda classe revolucionaria, como a burguesia e o proletariado, são revolucionarias porque são capazes de elaborar e pôr em pratica um projeto social novo, isto é, trazem em si a possibilidade de realização de uma nova sociedade. No caso da burguesia, o liberalismo, produzido pelos filósofos iluminista, seria o projeto, e a instauração da sociedade burguesa e capitalista, a realização”...... “O fato de uma classe revolucionária trazer em si a possibilidade de realizar uma nova sociedade não implica em que esta realização esteja automática e inevitavelmente garantida”... (pg 8).
... “A tese defendida aqui é de que, para a instauração da sociedade capitalista, a burguesia não se comportou e não lutou como uma classe revolucionaria na derrubada da antiga ordem. Isto não implica dizer que ela não lutasse para, e precisasse de, tomar o poder do Estado em suas mãos a fim de realizar suas exigências econômicas, ou seus interesses de classe. Mas significa afirmar que, ao fazê-lo, seu comportamento foi muito mais reformista do que revolucionário... Mais precisamente: sua chegada foi o resultado da ação cega e incontrolável das novas forças econômicas às quais, a nível individual, cada burguês estava subordinado e personificava... a destruição da velha sociedade e a construção da nova também foi o resultado, involuntário em certos casos,... das classes populares, urbanas e rurais, em suas lutas tanto para defender suas antigas condições de vida face às transformações em curso, quanto para reivindicar... (pg 9) participação no novo sistema de poder”... (pg 10).
A Revolução Francesa
(1789-1799)
A Revolução Francesa... foi o produto da confluência de quatro movimentos distintos: uma revolução aristocrática