As relações entre expectativa de vida e capital humano
1 Introdução
Os últimos dois séculos representaram uma época de acentuadas mudanças nas condições da vida humana que se transformaram em dimensões nunca antes observadas. As condições higiênico-sanitárias foram aprimoradas tornando-se mais freqüentes, juntamente com os avanços difundidos da medicina e saúde, transformando assim o ambiente biológico humano e corroborando para o aumento substancial do tempo médio de vida que havia permanecido constante por milênios. No âmbito econômico, o ambiente que se configurava de forma relativamente estável,com forte preponderância agrícola,começou a modificar-se a partir da segunda metade do século XVIII, de tal forma que através de poucas gerações a estrutura econômica foi sendo afetada radicalmente pelo rápido crescimento da renda agregada. Devido à industrialização, o setor agrícola foi progressivamente substituído em relevância pelo setor industrial e de serviços. O processo produtivo evoluiu para uma realidade na qual a maioria da população passou a ter contato com a educação, adquirindo conhecimento além do técnico manual utilizado no trabalho artesanal que era herdado de pai para filho. As pessoas adquiriram a capacidade de criar e utilizar inovações, sendo que a circulação de novas tecnologias tornava a aquisição de conhecimento mais vantajosa. (CERVELLATI; SUNDE, 2002). Essas melhorias generalizadas no cenário econômico e social ao longo dos últimos séculos são conseqüências positivas advindas do desenvolvimento. Foi a partir da transição econômica criada pela revolução industrial que se possibilitou uma maior difusão de novas tecnologias geradoras de benefícios acessíveis para a população, resultando na conquista de uma expectativa de vida maior. (CASTELLÓ-CLIMENT; DOMÉNECH, 2006).
Tal desenvolvimento econômico ocorreu principalmente por causa de processos mais sofisticados que passaram a ser demandados pelas novas relações de trabalho. Essa necessidade transformadora exigia dos trabalhadores uma