As Relações de poder e as disputas dos grupos sociais na sociedade civil
Sobre a teorização do capitalismo dependente em Florestan Fernandes
Miriam Limoeiro Cardoso
Reconstrução do objeto “O quadro analítico desenhado por Florestan mantém permanentemente um plano de análise em que o elemento principal, porque constituinte, é a acumulação do capital, que se produz/reproduz e se transforma internacionalmente; e um outro plano de análise que se refere ao nível nacional – no caso, especialmente o Brasil – sendo que esse passa a ser entendido como um caso particular daquele. Sua pesquisa o levará a definir um outro plano, que entenderá como forma específica daquela expansão internacional do capital; isto é, como parte capitalista dependente do capitalismo. A importante descoberta que Florestan faz é a de que a particularidade Brasil pertence à generalidade capitalismo por meio da especificidade capitalismo dependente” (p. 10-11). “Um novo salto na teorização conduzida por Florestan ocorre com a caracterização dessa ‘forma de integração’ como constituindo propriamente uma forma, particular e específica, que o desenvolvimento capitalista assume nas economias dependentes, concepção que ele alcança com a construção de seu conceito de capitalismo dependente. Segundo Florestan, o capitalismo dependente é uma forma de desenvolvimento capitalista. É uma das formas que o desenvolvimento capitalista assume no decorrer de sua fase monopolista” (p.11).
O capitalismo dependente como especificidade capitalista “Há formulações que foram, certamente, muito importantes para a pesquisa inicial de Florestan sobre a heteronomia capitalista. Cabe notar que ele não se apropriou simplesmente desses conhecimentos, mas, dialogando com eles criticamente, produziu sua própria formulação original.
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A pesquisa de Florestan pretendia entender e explicar a formação histórica do Brasil, procurou definir possibilidades teoricamente fundamentadas de tratar essa formação como parte ou como caso particular do que , na teoria do