As relações comercias
Venezuela-Mercosul
Sob o ponto de vista comercial, a adesão da
Venezuela ao Mercosul pode ser encarada como um fator positivo, embora seja fruto muito mais de razões políticas do que comerciais.
A incorporação só foi possível com a sua saída da
Comunidade Andina de Nações (CAN), tendo como justificativa o fato de a Colômbia e o Peru terem assinado tratados de livre comércio com os Estados Unidos.
Este último país, apesar de ser o principal destino das exportações e a principal origem das importações venezuelanas, com uma participação média anual de
47,1% e 32,2%, respectivamente, de 2001 a 2004, é tratado, pelo seu Presidente, como “país inimigo”.
A corrente de comércio venezuelana com os membros da CAN — Bolívia, Colômbia, Equador e Peru —, da qual a Venezuela fazia parte, tem sido significativamente superior à verificada com o Mercosul, onde se destacam as relações com Colômbia e Peru.
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Enquanto as exportações da Venezuela para o Mercosul diminuí- ram a sua representatividade sobre o total transacionado de 3,1% no biênio 2001-02 para 1,1% em 2003-04, a participação do bloco nas importações totais elevou-se de 2,5% para 10,5%, quando se comparam os dois subperíodos. Como decorrência, a Venezuela vem mantendo saldos negativos e crescentes com o Mercosul.
No período 1994-00, o comércio Brasil-Venezuela foi deficitário para o Brasil. Mas, a partir de 2001, a situação reverteu-se, e o Brasil passou a ter saldos superavitários, que atingiram, em 2005, um valor próximo a U$ 2 bilhões. Isso ocorreu porque, no período
2000-05, o elevado crescimento das vendas brasileiras
(195%) foi acompanhado de uma diminuição de 81% das importações venezuelanas pelo Brasil. Assim, ao mesmo tempo em que as aquisições originárias da Venezuela caíram4 , as vendas do Brasil para esse país aumentaram, em especial nos dois últimos anos, fazendo com que empresários brasileiros festejassem a entrada da
Venezuela no Mercosul, pela