As Reformas Urbanísticas e as Primeiras Leis Urbanísticas
O texto propõe uma análise crítica das reformas políticas e as primeiras legislações urbanísticas que deram origem às bases do urbanismo moderno. Inicialmente cabe salientar que a edificação pública se torna decisiva na cidade do século XIX. Os grandes equipamentos urbanos se unem aos equipamentos básicos criando, através da releitura rigorosa dos tipos arquitetônicos de outrora, soluções especializadas realmente notáveis. Isso se dá por conta de diversos fatos políticos importantes, dentre os quais se cita: a Revolução de Julho na França, a independência da Bélgica (1830), os movimentos poloneses e italianos de reunificação em 1831 e até mesmo a Reforma Constituinte da Inglaterra (1832). A Revolução Industrial também ocupa fundamental papel nas modificações do se pensar a cidade. A evolução da técnica construtiva e do abastecimento energético é paradigmática para as derradeiras conquistas higienistas. As antigas cidades confusas encerradas em suas próprias muralhas são renovadas. As novas leis de parcelamento da terra passam a afetar a malha urbana tornando as cidades melhor ambientadas em que o urbanismo se presta a ser parâmetro científico e racional, o grande progresso para a vida moderna. Benévolo cita H. M. Groome, assinalando que a crescente da técnica capitalista, complicando as novas relações econômicas, concentra nas cidades a riqueza e a produção, fazendo com que as pessoas se afastem do meio rural em direção ao urbano. Ora, é rural tudo o que não se insere no urbano, ou seja, a cidade é formada por equipamentos imprescindíveis à cidade: ferrovias, hospitais, escolas, presídios. A infraestrutura básica da cidade urbaniza o espaço e, por conseguinte, desvincula do espaço a característica ruralista. Nas duas décadas entre 1830 e 1850 nasce a moderna urbanística. O estudo surge justamente do conflito entre