As Reformas de Sila
Sila ordenou que os senadores escolhessem alguém que chamassem de inter-rei, e assim o senado fez, escolhendo Valério Flaco, porém o que Sila realmente queria, era ser escolhido, por essa razão, enviou uma mensagem ao senado comunicando-lhes que ele (Sila) se julgava útil à cidade, e seria a melhor opção para ocupar o cargo, pois o que a cidade precisava era de alguém que fosse chamado de ditador pelos senadores, ditador esse que não vinha sendo nomeado a mais de quatrocentos anos.
Os senadores resolveram nomeá-lo, porem por um curto espaço de tempo, enquanto a cidade se restabelecia após estar abalada em razão de disputas e guerras. Sila declarava estar prestando grandes serviços à cidade.
O senado então o elegeu com poderes de tirano, assim como ele desejava. Sila simulou a mesma postura dos que antes ocuparam seu cargo, e deixou para o povo que elegesse seus cônsules. Assim o povo o fez, elegendo Marco Túlio e Cornélio Donabela. Mas Sila era um ditador, e usando de seu poder manteve os cônsules como seus subordinados.
Abolia leis, criava novas e enfraqueceu a plebe, dentre outros tantos atos que achasse correto.
O senado acabou por perder um grande numero de membros devido às guerras civis e estrangeiras. Sila libertou mais de dez mil escravos proscritos, os mais jovens e vigorosos, dando-lhes cidadania romana e chamando-os de Cornélios, fazendo com que a população antes abalada voltasse a aumentar. Assim, Sila dispunha de cerca de dez mil homens prontos para lhe servir. Tentando criar uma situação parecida na Itália, dividiu entre os soldados das vinte e três legiões extensas terras nas cidades italianas, tanto as de domínio do Estado, como as que ainda não haviam sido loteadas e se encontravam em situação de divida.
ALPIANO, Guerras Civis, I, 98-100