As quatro concepções de homem - WOLF resenha
WOLFF, Francis. As quatro concepções do homem. A condição humana: as aventuras do homem em tempos de mutações. Rio de Janeiro: Agir, p. 37-73.
“O que é o homem?”. É com base neste questionamento de Kant, que o filósofo francês, Francis Wolff, vem a analisar quatro concepções a cerca do homem que foram mais importantes e expostas por grandes filósofos ao longo da história, mostrando a legitimidade de cada definição através da parte teórica e evidenciando os problemas e riscos dos mesmos quando colocados em práticas.
A primeira concepção é denominada antiga e é originada da Grécia a partir do filosofo Aristóteles, que procura definir o homem através da lógica e da divisão em classes, afirmando que o ser humano é um animal racional ou politico. Assegura que o homem é um ser vivo, assim como os deuses e os animais, as entidades são diferenciadas dos seres humanos pela sua imortalidade e nós somos diferenciados dos animais, pois possuímos razão (ele não usa como significado de raciocínio), Aristóteles usa para definir razão a palavra grega “logos” que significa tanto linguagem quanto raciocínio. Logo [...] o que torna o homem humano é, básica e decisivamente a palavra, a linguagem¹.
Wolff nos apresenta ainda o avesso do homem de Aristóteles, dessa vez nos mostrando o risco desta concepção. O problema seria que ao dizer que alguns homens possuem mais essências que os outros, isso acabaria levando a dominação de um povo sobre o outro, como de fato ocorreu, por exemplo, com os índios e os negros ao longo da história.
A segunda concepção, denominada clássica, é definida pelo filosofo francês René Descartes, que também era matemático, nesse momento da historia não estava buscando apenas uma definição para homem, mas buscar a constituição das ciências da natureza. Afirmando que o homem é dividido entre corpo e alma e esta sendo o pensamento, seria a característica que nos diferenciaria dos outros seres vivos, o que faz dele