As práticas de letramento no ensino-aprendizagem de língua materna
A partir da leitura do texto "minhas férias, pula uma linha, parágrafo" discuta a questão relacionada aos letramentos e produção textual. Considere as leituras propostas na disciplina, assim como as discussões feitas em aula.
As praticas de letramento no ensino-aprendizagem da
Língua Materna.
No livro de Christiane Gribel (1999), “Minhas férias, pula uma linha, parágrafo” a autora expõe na voz de um aluno de onze anos, da sexta série as impressões em uma aula de língua portuguesa, que prioriza o aprendizado de língua materna em uma única esfera, a escrita. Aborda também sua relação com as práticas escolares e não escolares que se divergem no decorrer da narrativa.
No livro em questão a professora pede aos alunos que façam a clássica atividade, “redação sobre as férias”, que, dentro do método tradicional, será encarada pelo aluno como uma atividade mecânica quando o mesmo deve transformá-la em um texto de trinta linhas. Sobre isso, Vygotsky afirma que
Até agora, a escrita ocupou um espaço muito estreito na prática escolar, em relação ao papel fundamental que ela desempenha do desenvolvimento cultural da criança, ensinam-se as crianças a desenhar letras e construir palavras com elas, mas não se ensina a linguagem escrita. Enfatiza-se de tal modo a mecânica de ler o que está escrito, que se acaba obscurecendo a linguagem escrita como tal. (2002, p. 139)
Dessa forma, o aluno Guilherme se desagrada com a atividade proposta pela professora, pois o mesmo não consegue ver a relação com os acontecimentos vividos. O aluno em questão – assim como tantos outros -- não vê na escrita da redação a oportunidade de relatar e descrever como foram suas férias, vê apenas como uma tarefa para ser avaliado, conforme fica claro no trecho a seguir: “E além do mais, eu tenho certeza que a professora nem quer saber de verdade como foram as nossas férias. Ela quer só saber como é a nossa letra e se a gente tem jeito para escrever