As principais causas da reforma protestante
Existe todo um conjunto de causas religiosas, sócio-econômicas e políticas que ajudam a entender a Reforma.
CAUSAS RELIGIOSAS
Um clima de reflexão crítica e de inquietação espiritual espalhou-se entre diversos cristãos europeus. Com a utilização da imprensa, aumentou o número de exemplares da Bíblia disponíveis aos estudiosos. A divulgação da Bíblia e de outras obras religiosas contribuiu para a formação de uma vontade mais pessoal de entender as verdades divinas, sem a intermediação dos padres. Desse novo espírito de interiorização e individualização da religião, que levou ao livre exame das Escrituras, surgiram diferentes interpretações da doutrina cristã. Nesse sentido, podemos citar, por exemplo, uma corrente religiosa que, buscando apoio na obra de Santo Agostinho, afirmava que a salvação do homem somente era alcançada pela fé. Essas idéias opunham-se à posição oficial da Igreja, baseada em Santo Tomás de Aquino, pela qual a salvação do homem era alcançada pela fé e pelas boas obras.
Analisando o comportamento do clero, esses cristãos passaram a condenar energicamente uma série de abusos e de corrupções que estavam sendo praticados. O alto clero de Roma estimulava inúmeros negócios envolvendo a religião, como, por exemplo, o comércio de relíquias sagradas espinhos que coroaram a fronte de Cristo, panos que embeberam o sangue de seu rosto, objetos pessoais dos Santos etc.). Além do comércio de relíquias sagradas, a Igreja passou a vender indulgências, isto é, o perdão dos pecados. Assim, mediante certo pagamento destinado a financiar obras da Igreja, os fiéis poderiam comprar a sua salvação.
No plano moral, a situação de inúmeros membros da Igreja também era lastimável, sendo o objeto de várias críticas. Multiplicavam-se os casos de padres envolvidos em escândalos amorosos, de monges que viviam bêbados como vagabundos e de bispos que somente acumulavam riquezas pessoais, vendiam os sacramentos e pouco se importavam com a