As plantações de eucaliptos e os seus efeitos ambientais
Delmar Mattes, Renato Tagnin
Clasificado en:
Social: Social, MedioAmbiente, | Economía: Economia, Agro, |
Disponible en:
Portugues
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1. INTRODUÇÃO
O presente roteiro destina-se a subsidiar a discussão sobre os problemas ambientais provocados pela monocultura de eucalipto, abordando, principalmente, os aspectos relacionados aos recursos hídricos.
Constitui-se numa avaliação preliminar focalizada nos cultivos homogêneos de uma espécie exótica - o eucalipto - na região do Pampa gaúcho, efetuados em grande escala por empresas transnacionais, com o objetivo de produzir celulose para suprir a demanda internacional. Não se pretende, com essa avaliação, negar as vantagens do eucalipto para o atendimento das demandas internas de madeira para os mais diferentes fins, onde se incluem o carvão vegetal, a celulose e outros. Ressalta-se, ainda, que esse cultivo poderia contribuir para reduzir a supressão das florestas naturais.
A despeito desta avaliação não abordar impactos socioeconômicos, não significa ignorar sua existência ou subestimar sua importância.
É importante lembrar que a escolha do Brasil para esse tipo de cultivo faz parte de uma estratégia das grandes corporações do setor, em função de seu potencial em termos de “disponibilidade” de áreas e mão de obra de baixo custo, clima e solo favorável para o crescimento rápido dessa espécie (comprovado pelos maiores índices de produtividade do mundo), além da fragilidade institucional, que reduz a aplicabilidade das exigências ambientais em toda a sua cadeia produtiva.
Essas características explicam a atual proporção desse cultivo: dos 5,7 milhões de hectares de florestas plantadas, 60% constituem-se de eucaliptos, cuja expansão vem ocorrendo em diversos estados do país, destacando-se o Rio Grande do Sul1[1].
Esse roteiro é apresentado em 6 partes, abordando: