As perspectivas políticas para o brasil no século xxi
Sob um enfoque social democrata, reformista, as perspectivas para o Brasil poderiam ser consideradas animadoras se a economia estivesse crescendo a taxas superiores a 7% ao ano e se este crescimento significasse a eliminação do desemprego e da miséria no médio prazo.
Considerando a dívida externa enorme do país, considerando que o Estado perdeu a capacidade de investir, considerando a dependência em relação a investimentos estrangeiros e a submissão de sucessivos governos à política econômica de teor neoliberal imposta pelo FMI com a finalidade de preservar condições mínimas de solvabilidade do país, conclui-se que seria pouco sensato esperar um crescimento sustentado do PIB superior a 7% nos próximos anos.
Na verdade, mesmo que o Brasil se livrasse da dívida externa, mesmo que o Estado se libertasse da dívida interna, mesmo que o país conseguisse escapar ileso dos laços que o subordinam ao FMI, nem que tudo isso fosse possível teríamos a solução automática dos problemas do Brasil, sobretudo os de caráter social, desde que a economia capitalista passa por uma crise estrutural e a globalização aprofundou as crises concomitantes da democracia e do Estado de Bem Estar Social.
A crise da economia capitalista foi desencadeada mais uma vez pela contradição entre a sua capacidade fantástica de produção de bens e a sua característica inerente de concentrar a riqueza. Resulta dessa contradição um nível de demanda que não cresce no mesmo ritmo e proporção que o nível da oferta de bens e serviços.
As saídas básicas para este impasse, dentro do sistema capitalista, seriam a transferência de investimentos do setor da produção para a especulação financeira ou para a produção de bens, não de consumo popular, mas de consumo do Estado como, por exemplo, os armamentos de guerra. Aparentemente, a especulação financeira está atingindo os seus limites. Sendo assim, só uma nova guerra mundial de proporções imensas que