As origens da psicologia contemporânea
A Filosofia moderna remete a Descartes, que se baseava na rejeição substancial do composto humano, e concebia tanto, a alma como o corpo, substâncias completas, autossuficiente e sem relações entre si. Para Descartes, a alma era essencialmente distinta do corpo e mais fácil de conhecer, pois pode ser conhecida diretamente, enquanto a matéria só por intermédio das sensações. Desta forma, se dá o dualismo cartesiano, que permeará a Psicologia por muito tempo, distinguindo a vida orgânica da vida psíquica como duas correntes paralelas. É nesse contexto que a Psicologia se constitui como ciência da alma, enquanto o estudo do corpo foi relegado à Biologia. Entretanto, durante a segunda parte do século XIX, a Psicologia se destacou da Metafísica e se constituiu como disciplina experimental ou positiva, vindo a ser então uma ciência da vida psíquica ou vida interior. Nesse contexto, definiu-se então a Psicologia como um estudo dos fatos da consciência e o método utilizado a introspecção; caracterizando a Psicologia Clássica como Psicologia introspectiva. Condillac e Locke também podem ser considerados como precursores da Psicologia moderna. Ambos se inspiravam em Descartes quanto ao conceito do estudo do homem e consideravam a vida psíquica distinta da vida orgânica e atingida diretamente pela consciência. Sua principal contribuição original à Psicologia foi o método sintético. Para os filósofos, o elemento da vida psíquica é a sensação, e operações mentais assim como estados de consciência não são mais que sensações, diversamente combinadas ou transformadas. Dessa forma, preocupam-se em explicar as funções complexas e superiores do psiquismo – através do método de síntese, constituindo a Psicologia como ciência da alma e de suas faculdades, mais que ciência dos fatos da consciência. Hume explicava as funções superiores do espírito humano por associações, que seriam responsáveis pela formação desses estados funcionais