as origens da imprensa

8325 palavras 34 páginas
As origens da imprensa – Jean-Noel Jeanneney

Desde sempre que o homem tem sede de notícias, completas e frescas, e é na rapidez que a concorrência joga. Uma notícia apenas adquire todo o seu preço quando garante a sua exclusividade provisória. O desejo que sentimos em dissimular as notícias que possuímos e a aspiração de conhecer e de tornar conhecidas aquelas que os outros dispõem. A simples curiosidade e o espírito de concorrência são rapidamente substituídos pela procura do lucro. A notícia torna-se numa mercadoria. Esta situação pode levar-nos a algo perigo - à desinformação – que consiste em dissimular as notícias para os outros mas também quando tentamos afastá-lo através de mentiras.
O primeiro dos meios de comunicação é a indicação pública de um facto muitos simples. Quando a escrita não existia era usual que os homens primitivos comunicassem através de um corte numa árvore, um calhau colorido ou um ramo quebrado, poderia significar que um inimigo estava próximo ou que a caça já passou/ou passará por ali. Também sinais óticos poderiam resultar no mesmo, como por exemplo: um fumo durante o dia ou uma chama durante a noite. O imperador bizantino tinha instalado na fronteira que separava o seu império do dos Abássidas uma linha de fogueiros que se o tempo estivesse descoberto, permitir-lhe-ia que fosse avisado no espaço de uma hora, se um inimigo tivesse atravessado a fronteira. Houve sempre uma necessidade de informar.
Este processo elementar ainda existe no dia de hoje, na Praça de São Pedro, quando um novo Papa será eleito, os fiéis tomam conhecimento através do fumo branco (que já há uma decisão final) ou fumo negro (significa que ainda está em deliberação). No entanto, estes sinais podem ser muito perigosos, pois possuem um caráter bastante subjetivo. O que é negro para uns, pode não ser para outros e por consequência levar a resultados desastrosos que fizeram com que a humanidade não parasse de procurar novas formas a estes conhecimentos básicos e

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