As Origens Agraria Do Capitalismo

As origens agraria do capitalismo

Wood afirma que o capitalismo não é uma conseqüência “natural” e inevitável da natureza humana. Para ela, cai por terra a ideia de que práticas sociais antigas como o comércio evoluiram para sua constituição. "É o resultado tardio e localizado de condições históricas muito específicas".
A partir desta polêmica, a autora abre umprecedente para o diálogo e interpretação diferente; "Algumas pessoas podem hesitar em descrever essa formação social como “capitalista”, justamente porque capitalismo está, por definição, baseado na exploração do trabalho assalariado. Esta relutância é justa – contanto que reconheçamos que, independentemente do nome que se dê, a economia inglesa no início da Época Moderna, levada pela lógica do seu setor produtivo básico, a agricultura, estava operando de acordo com princípios e com “leis do movimento” diferentes daqueles que prevaleceram em qualquer outro período histórico. Essas leis do movimento foram as pré-condições – que não existiram em nenhum outro lugar – para o desenvolvimento do capitalismo maduro que seria, de fato, baseado na exploração em massa do trabalho assalariado".
Portanto, ela reitera a existência de uma relação econômica diferente do passado, com "Leis de Movimento" e que não tinha presente todas as características do capitalismo, mas que se assemelhava muito com o sistema econômico.
Em sua leitura, Wood sublinha o que seria, conforme Marx, uma das carcaterísticas do capitalismo: sua contradição. Para ela, existe uma dicotomia super produção e expropriação ou exploração. "O segundo ponto é que o capitalismo foi desde o princípio uma força profundamente contraditória. Basta considerarmos os efeitos mais óbvios do capitalismo agrário inglês: por um lado, as condições para a prosperidade material não existiam em nenhuma outra parte como na Inglaterra da Época Moderna; porém, por outro lado, estas condições foram alcançadas às custas da extensa expropriação e intensa