As Mulheres Do Corti O
Aluísio Azevedo mostra a realidade urbana do Rio de Janeiro nos fins do século XIX. Destaca o problema da habitação, precisamente em Botafogo, onde se passa toda a narrativa de O Cortiço. É nessa época que começa surgir cortiços.
O autor procura destacar o comportamento e o modo de vida de algumas personagens e também as condições socioeconômicas do universo feminino do século XIX. Ele caracteriza o ambiente, preocupando-se com a época e os conflitos que interessam à sociedade, principalmente pelas camadas mais baixas.
Neste ambiente criado, a atenção maior é para as mulheres. Elas serão estudadas no contexto social, mostrando a contribuição feminina no processo histórico. A obra O Mulato, também escrita por Aluísio Azevedo é colocada em questão para se contrapor a alguns personagens que se parecem em determinados comportamentos sociais. A exposição da realidade pretende interpretar e entender os motivos e o caráter das personagens: Bertoleza, Dona Estela, Leónie, Leocádia, Rita Baiana, Piedade de Jesus, Leandra, Ana das Dores, Neném e Augusta Carne-Mole.
As solteiras
A mulata Rita Baiana, envolvente e sensual, morava com Firmo sem serem casados. Gostava de ter sua própria autonomia. Rita Baiana diz em uma parte da obra: “Casar? Protestou a Rita. Nessa não cai a filha de meu pai! Casar! Livra! Para quê? Para arranjar cativeiro? Um marido é pior que o diabo; pensa logo que é a gente é escrava! Nada! Qual! Deus te livre!”. A grande maioria das mulheres populares tinha a própria maneira de pensar e viver. Hoje em dia é assim. Não há mais a necessidade de casar, pois a mulher tem sua independência. Naquela época, um dos motivos para não casar era o custo alto com as despesas do casamento. Essa atitude representa preconceitos da época, pois a mulher era símbolo de lar, enquanto as solteironas eram mulheres perdidas, indignas e perigosas por servirem de mau exemplo para as “moças de família”.
Leónie era