As manifestações como construtoras de esperança
Quando as críticas com relação à inércia política dos jovens ganhavam espaço, as tecnologias da informação oscilaram de difusores de futilidades para mecanismos de mobilização de massas, disseminando uma onda nacionalista e reacendendo o protagonismo político da juventude. Movimentos seguindo o padrão das revoluções contemporâneas emergiram: Há auxílio da internet, ausência de líderes e grande participação da burguesia. Todavia, houve ou haverá efetivamente uma revolução? As manifestações foram realmente uma esperança de mudanças ou apenas um rompante de desespero da população?
Um importante ponto a ser ressaltado é que ideias só se movem quando há quem queira ouvi-las. Assim como as ideias de Calvino e Lutero se propagaram em época de crise da Igreja, ou como o pensamento Keynesyano ganhou espaço quando os desdobramentos do liberalismo atingiram proporções insuportáveis e até mesmo como as teorias marxistas dominaram a Rússia em uma época de crise e negligência do operariado, as palavras de revolta e indignação só foram assimiladas pelo povo brasileiro quando este estava fragilizado pela falta de atenção e direitos frente aos abusos do governo.
Além disso, há uma diferença entre revoltas e revoluções. Enquanto estas promovem alterações drásticas em regimes, padrões e sistemas, aquelas alcançam objetivos em escalas menores ou apenas demonstram indignação e atraem atenção. Os recentes movimentos brasileiros se encaixam melhor na segunda definição, pois não houve, até o presente momento, conquistas em larga escala que tragam mudanças significativas na vida da maioria da população.
Portanto, as manifestações populares serviram para acordar o nacionalismo dos brasileiros, além de ter politizado um grande número de jovens e restaurado a fé no poder da ação conjunta do povo. Ademais, tais revoltas, mesmo tendo esfriado, não foram em vão. Seus desdobramentos ainda poderão vir a ganhar maiores proporções e a sociedade