As línguas de sinais e a libras: histórico e aspectos legais
Belo Horizonte
2007
AS LÍNGUAS DE SINAIS E AS LIBRAS: HISTÓRICO E ASPECTOS LEGAIS
O objetivo deste trabalho é abordar alguns aspectos históricos das Línguas de Sinais e da Língua Brasileira de Sinais, suas características, origens, os usos e proibições das Línguas de Sinais, os aspectos legais e suas repercussões na atualidade. Atribui-se às Línguas de Sinais o status de língua porque elas também são compostas por níveis lingüísticos: o fonológico, o morfológico, o sintático e o semântico. As Línguas de Sinais são as línguas naturais das comunidades surdas, e o que lhe diferencia das demais línguas é a sua modalidade visual- espacial. A Língua Brasileira de Sinais é reconhecida, cientificamente, como um sistema lingüístico de comunicação gestual-visual, com estrutura gramatical própria, oriunda das Comunidades Surdas Brasileiras. É uma língua completa, com estrutura independente da língua portuguesa. Os usuários de Libras são os surdos, familiares e todas as pessoas que convivem e trabalham com surdos ou tenham interesse em aprender esta língua. No passado, os surdos eram considerados incapazes de ser ensinados, por isso eles não freqüentavam escolas. As pessoas surdas, principalmente as que não falavam, eram excluídas da sociedade, sendo proibidas de casar, possuir ou herdar bens e viver como as demais pessoas. Assim, privadas de seus direitos básicos, ficavam com a própria sobrevivência comprometida. A história da educação do surdo data de cerca de 400 anos, sendo que nos seus primórdios havia pouca compreensão da psicologia do problema, e os indivíduos deficientes eram colocados em asilos. A surdez, e a conseqüente mudez, eram confundidas com uma inferioridade de inteligência. É verdade, porém, que a ausência da linguagem influi profundamente no desenvolvimento psico-social do indivíduo. Felizmente, o deficiente auditivo pode aprender a se comunicar utilizando a língua dos