As luzes no feminino

As Luzes no feminino – ensino e mulheres ilustradas O pensamento iluminista, no séc. XVIII, provocou uma reformulação do pensamento do Homem. O Homem deve, agora, procurar respostas nas razões e não em Deus. Muitos pensavam que às mulheres faltava a razão ou possuíam um raciocínio mais fraco: é considerado ser-lhes impossível inventar e a genialidade é-lhes inalcançável. A Mulher é considerada um ser da paixão e da imaginação. Nesta época, refletir sobre a educação torna-se moda: é tema de estudo e de conversa como nunca antes. As luzes baseiam-se no ensino, pois é-lhe conferido o poder de moldar um ser novo, livre de antigos preconceitos e repleto de novos princípios. As opiniões no assunto dividem-se, porém os quatro autores a seguir referidos, são da mesma opinião:
-Daniel Defoe : “É um dos mais bárbaros costumes do mundo negarmos as vantagens dos conhecimentos às mulheres.”
-Francisco X. de Oliveira: “O sexo feminino é da mesma forma que o nosso, dotado de uma alma capaz de se aperfeiçoar, e de se ornar.”
-Rousseau: “A Natureza quer que elas pensem, (…) que conheçam, que cultivem o seu espírito tal como cultivam a sua figura.”
-Condorcet: “As mulheres têm os mesmos direitos que os homens.” Porém, outros autores como Molière ou Montesquieu acusam as mulheres de tentarem fugir ao seu destino, o casamento, e de serem incapazes de governar um império, visto que são fracas a governar a casa. Vários políticos, como é o exemplo de Holbach, discordavam com a participação feminina em discussões filosóficas ou políticas. O argumento por eles defendido para suportar a sua tese seria que as mulheres baixavam o tom, a seriedade e a responsabilidade das discussões, ou seja, com a presença feminina nos salões intelectuais, o debate estaria fadado a não acontecer ou a acontecer de forma “rasa”, sem profundas reflexões. Immanuel Kant, um dos maiores filósofos iluministas, defendia que a diferença entre os sexos era simplesmente natural. Para ele, as mulheres