AS LINHAS SEMANTICAS DE SAUSSURE E HJELMSLEV
Saussure concebeu o signo lingüístico como uma unidade de duas faces: o signifi-cante mais o significado, distinguindo as relações intra-sígnicas – relações “verticais” no inte-rior de um mesmo signo entre o significante e o significado -, das relações intersígnicas – a-quela que cada signo mantém com os demais signos presentes no mesmo enunciado. Racioci-nava Saussure que, um elemento lingüístico é um puro valor e o seu significado fica determi-nado num duplo enquadramento: o sintagmático e o paradigmático. As relações sintagmáticas, as da linguagem, da fala: a relação que na prole (pala-vra), cada signo mantém em associação com o signo que está antes e com o signo que está de-pois, no eixo horizontal, relações de contextualização e presença. A relação paradigmática, ou associativa: no eixo vertical, reporta-se a língua, que tem um determinado conceito, um registro estável, na memória coletiva de um ser ou instrumento. Essa observação sugere que no eixo das associações mnemônicas coexistem, ao lado da igualdade parcial entre os membros da mesma classe, diferenças parciais que os individualizam. A colocação de Saussure como pioneiro de uma semântica estrutural acorre quan-do o autor postula que uma palavra deveria der descrita a partir do conjunto de relações que a situam, como palavra-tipo, nas classes da langue (língua) (paradigmática) situando-a, ao mesmo tempo, como palavra evento, nos enunciado da parole (sintagmática). Dessa forma, Saussure considera a língua o mais importante dos sistemas de signo, e o signo como um ele-mento de natureza dicotômica, no qual não é possível admitir a existência do significante sem o significado e vice-versa, assim como não é possível estabelecer ou definir um elemento de relação objetiva entre o conceito e sua imagem acústica. Daí se dá o seu conceito de arbitrari-edade do signo. Reinterpretando