As influencias na Arteterapia
Se há uma máxima na criação dos homo sapiens, essa é a arte. A capacidade de representar, organizar, significar e assenhorear-se do mundo vem desde a época das cavernas, propiciando assim recursos expressivos como a dança, a musica, o desenho, entre outros. A arte com uso terapêutico vem de civilizações mais antigas, mas só com a crise da modernidade, e, especialmente, após a Primeira Guerra Mundial, a arteterapai, como profissão, delineia-se com um corpo próprio de conhecimento e atuação em meio às mudanças que marcaram a época. A época moderna teve como principal influência o “projeto iluminista” que tinha a crença de que o desenvolvimento material e moral do homem seria alcançado pela razão, pelo raciocínio lógico. Contra partida, nas últimas décadas do século XIX importantes mudanças oriundas da “crise da ciência e da verdade” (Barbosa, 1979, VII) motivou a busca por outros parâmetros norteadores e de compreensão do ser humano. Em 1919, com a guerra tendo chegado ao fim, o mundo de repente descobre Einstein e sua Teoria da Relatividade contrapondo com o determinismo newtoniano. Mais ou menos no mesmo período, Freud entra desconstruindo a representação do homem racional com o conceito de Inconsciente. A importância da subjetividade e do inconsciente vem contestando o pensamento cartesiano, lógico e racional. Neste período a Psicanálise Freudiana interessou-se pela arte como meio de manifestação do inconsciente através de imagens. Sigmund Freud observou que o artista pode simbolizar concretamente o inconsciente em sua produção, retratando conteúdos do psiquismo. Acerca disso, menciona-se seus estudos realizados sobre as obras de autores consagrados como Leonardo da Vince e Michelangelo. A Psiquiatria Junguiana, na década de 1920, apropria-se da expressão artística como parte do processo psicoterápico. Para Jung imagens representam a simbolização do inconsciente individual e, muitas vezes, do inconsciente coletivo.